sábado, 26 de fevereiro de 2011

O mal do século

Ao longo do tempo a sociedade tem sofrido diversas mutações e, conseqüentemente, impulsionado a economia ao mesmo processo, visto que essa sempre buscou equivalência em relação àquela. Resultado disso foi o advento do Capitalismo, e com ele o culto à competição, exploração de uns pelos outros e a um individualismo ferrenho, que culminaram em um berço de mazelas sociais; berço do consumismo.
Caracterizado pela aquisição indiscriminada de produtos das mais variadas espécies, o consumismo se espalhou como uma doença pelo mundo, da qual nem mesmo aqueles que o cultivam - os altos executivos e empresários que regem o Capitalismo - escaparam; tornaram-se vítimas daquilo que cultuam; lançaram o vírus, mas se deixaram contaminar.
Como não sendo o suficiene, os meios de comunicação ainda atuam como "agentes" do Capitalismo, difundindo propagandas, estimulando o consumo e "pregando" a necessidade de comprar para alcançar a satisfação pessoal e a felicidade. E o público, facilmente manipulável, age consoante as normas da mídia.
Ocorre que o ser humano, em seu egocentrismo e competitividade, onde nada mais importa além de alcançar a própria satisfação, busca no consumo uma fonte de prazer - para suprir o vazio interior que o corrói - e de realização, pois no meio social as pessoas passaram a valer pelo que possuem.
O mais alarmante, entretanto, não se constitui em nenhum dos infindos problemas sociais gerados, mas no reflexo produzido no meio ambiente. Caso o consumismo se prolifere a todas as áreas do mundo e alcançar níveis semelhantes aos que se encontram nos Estados Unidos e Europa Ocidental, a atividade industrial gerada, a gigantesca quantidade de matéria-prima consumida e o montante de lixo produzido tornar-se-ão tamanhos que o planeta não conseguirá se manter, entrará em colapso.
A sociedade tem de repensar seus atos e concepções, a fim de perceber o quão fútil é o ato de comprar por comprar; a "alegria" em tal é tão ínfima que, no momento em que se deixa a loja ou estabelecimento, a euforia já se esvaiu, pois não passa de ilusão. Essa é a ideologia a ser aderida e disseminada para reveter tal quadro, quebrar esse ciclo, e ensinar às futuras gerações a aproveitar as vantagens que o desenvolvimento lhes oferece, sem se deixar corromper, sem buscar no consumo a válvula de escape para o estresse e a insatisfação pessoal a que o mundo moderno os impõe.

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