sábado, 26 de fevereiro de 2011

Futuro às margens.

Em quaisquer lugares que se freqüente, em meio urbano, não é preciso despender muitos esforços para avistar as angustiadas faces das muitas crianças e adolescentes que vivem nas ruas, seja pedindo esmolas, vendendo balas ou fazendo malabarismos nos semáforos; trabalhoso é encontrar - nos rostos de quem lhes assiste - algum sentimento que não beire à indiferença. E se faz difícil definir, entre esse e aquele, qual é mais repulsivo.
É absolutamente perceptível a indiferença do Governo para com medidas de combate à marginalidade infantojuvenil. A sociedade como um todo parece não compreender o quão nocivo é para a própria nação menosprezar sua juventude. Desamparados, em um esfuziante conflito emocional, os jovens "órfãos" acabam se destinando aos escassos e indignos caminhos que encontram: a mendicância, o furto, o tráfico. O próprio meio social cria seus bandidos.
É fato, provado e atestado, que os países desenvolvidos são, em suma, aqueles que apresentam maior grau de escolaridade de sua população, exprimindo que investir na formação da infância e juventude do país se traduz no melhor meio de garantir sua evolução. E o contrário é equivalente a contribuir para sua futura ruína.
Vários são os meios de mudar tal infame realidade, mas esses devem ser realizados em conjunto e por gente disposta e capaz, somados a bons investimentos, para a efetivação de um projeto com excelência. Inicialmente se faz necessária a conscientização sobre as responsabilidades de se ter um filho e a estrutura requerida, de forma que haja uma consequente redução no número de abandonos; a criação de lares alternativos e o incentivo à adoção, com acompanhamento psicopedagógico para a reintegração familiar da criança. Somado a isso são imprescindíveis projetos de estímulo ao estudo, aos esportes e às artes. Só assim o problema poderá ser erradicado, de forma que, num futuro próximo, rua deixe de ser sinônimo de depósito de desesperança.

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