sábado, 26 de fevereiro de 2011

Desfile de tragédias.

Começo de ano, o Reveillon mal acabou e muita gente já espera com ansiedade a próxima festividade, o ritualístico evento de todos os anos, difundido em todo o mundo, esperado e aclamado pelos amantes do samba e dos feriados prolongados: o grandioso Carnaval. Grandioso em beleza, cultura, alegria, sexo, drogas e acidentes lastimosos.
O evento, tão célebre durante décadas, teve agregado à sua reputação - já há algum tempo - novos conceitos: o de farra desmedida e irresponsabilidade catastrófica. É certo que, desde o seu surgimento, na Europa do século XI, o "carnis vallis", do grego "prazeres da carne", é caracterizado por muito festejo e folia. Mas naquela época não havia tanta violência, ou melhor, não havia carros.
O trânsito se constitui no maior assassino carnavalesco. A cada ano o número de acidentes e mortes, no Brasil, por imprudência e alcoolismo vem crescendo; foram 2865 acidentes e 127 mortes em 2009, contra 3233 acidentes e 143 mortes em 2010, um aumento de quase 13%, segundo balanço da Polícia Rodoviária Federal. Fora as mortes e internações por uso de drogas. Tudo isso contribuiu para a eleição do Carnaval como o segundo mais fatal do país.
O Carnaval já não é mais o mesmo; perdeu parte valiosa de sua identidade, e a alegria é impregnada pela tristeza de tantas mortes. A melhor e mais vantajosa solução seria acabar com o Carnaval, aplicando todo o dinheiro gasto em algo realmente útil. Trata-se de uma ação inviável, no entanto, visto que a esbórnia disfarçada de manifestação cultural supera a ética e a solidariedade. Resta então uma segunda alternativa: convencer a população, através de propaganda e ações sociais, a ser responsável, a aprender que diversão pode ocorer de forma saudável, para que não seja mais obrigatório assistir a esse festival de desastres.

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