O homem nunca lidou bem com as diferenças, como percebe-se no processo histórico de colonização das Américas - com o extermínio dos indígenas - e na expansão nazista - que tentava eliminar negros e semitas. Por mais que pareçam exagerados em comparação aos atuais conflitos que se corroboram na sociedade, são ilustração conveniente do etnocentrismo característico do homem. Com gostos, valores e interesses tão distintos, idosos, adolescentes, adultos e crianças acabam estigmatizando-se - o que ocorre especialmente a partir dos segmentos mais jovens para com os mais velhos.
Tais diferenças, no entanto, são inerentes ao homem e, conforme o Determinismo de Hippolyte Tayne, determinam-o através do meio em que se desenvolvem. No Brasil, por exemplo, tivemos uma geração X, agrária e centralizada nas regiões Nordeste e Sudeste; uma geração Y, oprimida por um governo militar que tentou suprimir a cultura e o intelecto humanos; uma geração W, que pagou com cruzado, cruzeiro e real, e pintou a cara para fazer valer sua cidadania; e agora uma geração Z vive um Brasil com economia consolidada e alçando voo no cenário internacional. Assim, é impossível que exista homogeneização social, e cabe ao ser humano buscar harmonizar-se através das semelhanças, ao invés de buscar o conflito naquilo que difere.
Por maiores que sejam as diferenças, duas gerações sempre terão algo em comum - seja a passagem de conhecimento entre pais e filhos, seja uma geração intermediária ligando-os, como fazem os pais entre avós e netos. Tais ligações são os elos entre núcleos tão divergentes que abrigam uma mesma comunidade, e garantem a integridade dessa, atuando como verdadeiras pontes intergeracionais.
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