Desde a Revolução Tecno-Científica, os meios de comunicação foram ganhando enorme força, conquistando uma influência quase inabalável sobre seu público. Tamanho poder, aliado à enorme competição pelo monopólio da audiência, abalou sua moralidade e imparcialidade.
A mídia adquiriu nova característica, a de conspurcar notícias antes de veiculá-las; passou de veículo a geradora de matérias. Manter-se bem informado tornou-se tarefa árdua, já que o objetivo principal dos meios de comunicação não é mais informar, e sim formar opiniões.
Os detentores dos meios informacionais, conscientes de que esses sempre foram considerados, pelo público, possuidores da verdade absoluta, abandonaram a ética e lançam mão de novos recursos: a dramatização e o sensacionalismo; um abuso à confiança que lhes foi depositada, mas que se tornou comum utilizar.
Um exemplo do poder da mídia foi o caso Isabela Nardoni, em 2008, em que a atuação exemplar da Justiça – desde a perícia até à condenação dos acusados – foi consequência direta da veiculação insistente e dramática da grande imprensa. Enquanto isso, casos semelhantes e mais antigos que não tiveram tanta repercussão, como o do assassinato de Vinícius Pereira, de cinco anos, em fevereiro de 2007, seguem sem solução.
Na supracitada ocorrência, é inegável que a ação da mídia foi positiva, mas tamanha influência, se utilizada com parcialidade, pode ser irrefreável. E é nesse contesto que surge a necessidade de órgãos, desvinculados do Estado – para que sua imparcialidade não seja prejudicada –, como os Observatórios da Imprensa e da Mídia Brasileira, que monitoram as ações midiáticas e atestam sua veracidade. O Brasil precisa dessas instituições atualizadas, funcionais e atuantes, uma vez que – excetuando-se seleta minoria – não desfruta de um povo crítico e analítico, que possa perceber as imoralidades da imprensa.
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