Campo Grande – MS, 14 de julho de 2011.
Excelentíssimo Barack Obama, presidente dos Estados Unidos da América,
Mais uma vez temos em pauta o tema da internacionalização da Amazônia, um assunto muito difundido pelos ambientalistas de seu país, que se constitui em uma afronta ao meu e sobre o qual havemos de tratar, pois me parece que os interesses do senhor e seu governo estão, na verdade, além da preocupação ambiental.
Segundo pesquisas de algumas ONGs, veiculadas pelos sites Terra e Superinteressante, os Estados Unidos, no período compreendido entre 2000 e 2005, foram o terceiro país que mais desmatou – em números absolutos – e o campeão de desmatamento – em números relativos –, acabando com 6% da área verde remanescente em seu território; além disso, já em 1994, as reservas florestais norte-americanas equivaliam a apenas 5% da original. O que mostra que falta ao senhor e seus ambientalistas autoridade para cobrar postura e para maldizer do Brasil.
Se não conseguem preservar nem mesmo os biomas de seu próprio país, quem dirá da Amazônia. O seu interesse, convenhamos, é puramente econômico, como sempre foi em todas as intervenções internacionais promovidas pelos EUA – lembremo-nos, como exemplificação, da recentemente extinta política diplomática norte-americana, a qual, pelo seu modo coativo e nada sutil, foi nomeada pelo próprio Theodore Roosevelt de “Big Stick” (Grande Porrete).
O que querem o senhor e todos aqueles que defendem a internacionalização da Amazônia, na verdade, é passe livre para a biopirataria e exploração mineral. Afirmam que a Floresta Amazônica é patrimônio mundial; pois bem, internacionalizemos então a Estátua da Liberdade e o Grande Canyon, assim como o Coliseu, o Louvre e todos os patrimônios mundiais naturais e históricos, e também Nova Iorque, sede da ONU, uma organização global. Ou fiquemos como estamos – cada país com seus patrimônios e sem ter questionada sua soberania.
Atenciosamente, B.J.F, Ministro do Meio Ambiente
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