sábado, 21 de maio de 2011

Infindável busca.

O conhecimento humano tem sido moldado incessantemente desde a Antiguidade. Constitui-se em um tecer constante e interminável, o qual sempre necessita de aparos, emendas e arremates. Um tecer que se iniciou a partir da ruptura da associação entre religião e explicação dos fenômenos naturais.

A curiosidade foi o fator determinante para a execução de tal ruptura, advindo da recusa, por parte de alguns homens, dos mitos e crenças incutidos à sociedade. Esses homens elaboraram, através de constante observação da natureza e indagação crítica, teorias que, apesar de incompletas e por vezes errôneas, serviram de base e estímulo ao pensamento racional do qual haveriam de provir as ciências.

Os pré-socráticos, ou físicos, como foram também denominados por buscarem e proporem a physis – a gênese – de tudo, foram os precurssores de tal pensamento. De Tales de Mileto, com o ideal de que a água é a origem e matriz de todas as coisas, a Heráclito, com sua afirmação de que a realidade é resultado da tensão contínua da luta dos opostos, até Leucipo e Demócrito, que acabaram por formular a primeira teoria da Atomística, foram de uma importância enorme para a evolução da humanidade, por serem aqueles que rasgaram o véu mítico que mantinha o homem na ignorância e permitiram às gerações seguintes perceber o mundo sob uma nova perspectiva.

“O que sabemos é uma gota e o que ignoramos é um oceano”. A afirmação de Newton ilustra acertadamente o quão pouco sabemos e o quanto a natureza é complexa, talvez até demais para a compreensão humana. Mas a atitude dos filósofos físicos é prova de que o homem tende, invariavelmente, à uma investigação constante e interminável: a busca do saber.

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