Deixo registrado aqui o meu repúdio à distribuição do livro deseducador "Por uma vida melhor"
Vida melhor para quem?????? Eu, como professora de Língua Portuguesa, sinto-me envergonhada de que um colega seja capaz de produzir tamanha aberração para distribuir em meio aos nossos queridos alunos, já vítimas de uma política descuidada em relação à sua educação escolar. Como já disse em meu livro Moinho de Ilusões, ser professor é uma responsabilidade tão grande quanto a de ser médico, pois podemos matar mentes.
Peço desculpas, em nome dos "professores-autores", aos nossos estudantes e espero, sinceramente, que este mal -que já deve ter vitimado mentes- seja remediado sem maiores estragos.
Abaixo seguem algumas opiniões importantes :
Blogs e Colunistas
17/05/2011
às 5:33Gramática diferenciada 2 - Para presidente da ABL, livro adotado pelo MEC valida erros grosseiros; entidade emite nota de protesto
Por Dandata Tinoco, no Globo:
O presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Marcos Vilaça, criticou nesta segunda-feira a adoção, pelo Ministério da Educação, do livro “Por uma vida melhor”, que aceita o uso da linguagem popular com erros como “nós pega o peixe”. “Discordo completamente do entendimento que os professores que fizeram esse trabalho têm. Uma coisa é compreender a evolução da língua, que é um organismo vivo, a outra e validar erros grosseiros. É uma atitude de concessão demagógica. É como ensinar tabuada errada. Quatro vezes três é sempre 12, na periferia ou no palácio”, afirmou.
Vilaça foi enfático ainda ao comentar a declaração de um auxiliar do ministro Fernando Haddad, que nesta segunda-feira afirmou que o MEC não é o “Ministério da Verdade”: “Na língua, deveria ser (ministério) da verdade, sim.”. No início da noite desta segunda-feira, a Academia divulgou uma nota oficial em que diz discordar da posição do ministério e que estranha “certas posições teóricas dos autores de livros”.
Segundo a ABL, embora todas “as feições sociais” da Língua Portuguesa constituam objeto de análise para disciplinas científicas, o professor espera que os livros respaldem o uso da língua padrão, “variedade que eles (os alunos) deverão conhecer e praticar no exercício da efetiva ascensão social que a escola lhes proporciona”.
“O cultivo da Língua Portuguesa é preocupação central e histórica da Academia Brasileira de Letras e é com esta motivação que a Casa de Machado de Assis vem estranhar certas posições teóricas dos autores de livros que chegam às mãos de alunos dos cursos fundamental e médio com a chancela do Ministério da Educação, órgão que se vem empenhando em melhorar o nível do ensino escolar no Brasil”, diz a nota da ABL, que completa:
“Todas as feições sociais do nosso idioma constituem objeto de disciplinas científicas, mas bem diferente é a tarefa do professor de Língua Portuguesa, que espera encontrar no livro didático o respaldo dos usos da língua padrão que ministra a seus discípulos, variedade que eles deverão conhecer e praticar no exercício da efetiva ascensão social que a escola lhes proporciona. A posição teórica dos autores do livro didático que vem merecendo a justa crítica de professores e de todos os interessados no cultivo da língua padrão segue caminho diferente do que se aprender nos bons cursos de Teoria da Linguagem. O nosso primeiro e grande linguista brasileiro, Mattoso Câmara Jr., nos orienta para o bom caminho nesta lição já de tantos anos, mas ainda oportuna, a respeito da qual devem refletir os autores de obras didáticas sobre a língua materna: ‘Assim, a gramática normativa tem o seu lugar no ensino, e não se anula diante da gramática descritiva. Mas é um lugar à parte, imposto por injunções de ordem prática dentro da sociedade. É um erro profundamente perturbador misturar as duas disciplinas e, pior ainda, fazer linguística sincrônica com preocupações normativas’ (Estrutura da Língua Portuguesa, 5). O manual que o Ministério levou às nossas escolas não o ajudará no empenho pela melhoria a que o ministro tão justamente aspira”.
Por Reinaldo Azevedo
Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/gramatica-diferenciada-2-para-presidente-da-abl-livro-adotado-pelo-mec-valida-erros-grosseiros-entidade-emite-nota-de-protesto/
17/05/2011
às 5:35Gramática diferenciada 1 - Procuradora da República prevê ações contra uso de livro com erros pelo MEC; autora se defende
Por Adauri Antunes e Demétrio Weber, no Globo:
Diante da denúncia de que o livro “Por uma vida melhor”, da professora Heloísa Ramos - que foi distribuído a 485 mil estudantes jovens e adultos pelo Programa Nacional do Livro Didático, do Ministério da Educação -, defende o uso da linguagem popular e admite erros gramaticais grosseiros como “nós pega o peixe”, a procuradora da República Janice Ascari, do Ministério Público Federal, previu que haverá ações na Justiça. Para ela, os responsáveis pela edição e pela distribuição do livro “estão cometendo um crime” contra a educação brasileira. “Vocês estão cometendo um crime contra os nossos jovens, prestando um desserviço à educação já deficientíssima do país e desperdiçando dinheiro público com material que emburrece em vez de instruir. Essa conduta não cidadã é inadmissível, inconcebível e, certamente, sofrerá ações do Ministério Público”, protestou a procuradora da República em seu blog.
No domingo, o livro já tinha sido duramente criticado por educadores e escritores. O MEC confirmou que não pretende retirar a publicação das escolas, alegando que não tem ingerência sobre o conteúdo das obras. Afirmando que se manifestava como mãe e sem analisar o aspecto jurídico da questão, Janice disse que ficou chocada com as notícias sobre o livro com erros aprovado e distribuído pelo MEC. Os autores defendem que essa linguagem coloquial não poderia ser classificada de certa ou errada, mas de adequada ou inadequada. “Ainda não estou refeita do choque sofrido com as notícias sobre o conteúdo do livro aprovado pelo MEC, no qual consta autorização expressa para que os alunos falem “Nós pega o peixe”, “Os livro mais interessante estão emprestado” e por aí vai. Não, MEC e autores do livro, definitivamente isso não é certo e nem adequado”, disse Janice Ascari.
Para MEC, debate é nas universidades
O MEC confirmou nesta segunda-feira que não cogita alterar o processo de seleção e avaliação de livros didáticos. As obras são lidas por professores de universidades públicas, a quem cabe selecionar os títulos que farão parte do catálogo nacional de livros. É com base nesse catálogo que escolas de todo o país escolhem as coleções que receberão gratuitamente, distribuídas pelo Programa Nacional do Livro Didático.
O MEC confirmou nesta segunda-feira que não cogita alterar o processo de seleção e avaliação de livros didáticos. As obras são lidas por professores de universidades públicas, a quem cabe selecionar os títulos que farão parte do catálogo nacional de livros. É com base nesse catálogo que escolas de todo o país escolhem as coleções que receberão gratuitamente, distribuídas pelo Programa Nacional do Livro Didático.
O MEC diz que o debate sobre a adequação ou não de uma obra didática deve ocorrer nas universidades, como é no sistema atual, e não dentro do ministério. Do contrário, segundo o MEC, haveria o risco de direcionamento político na escolha das obras a serem aprovadas para uso em sala de aula.
A professora Heloísa Ramos, autora do livro, discorda de que seja preciso modificar qualquer trecho. Ela argumenta que a frase discutida em seu livro trata de linguagem oral, e não escrita. E que a norma popular da língua é diferente da norma culta, mas não necessariamente errada, no caso da linguagem oral. “Eu não admito mais que alguém escreva que o nosso livro ensina a falar errado ou que não se dedica a ensinar a norma culta”, disse Heloísa. “Por que, em educação, todo mundo acha que conhece os assuntos e pode falar com propriedade? Este assunto é complexo, é para especialistas”.
Professora aposentada de língua portuguesa da rede estadual de São Paulo, Heloísa presta serviços de consultoria e escreve uma coluna na revista “Nova Escola”, dedicada a tirar dúvidas de professores. Segundo ela, o livro “Por uma vida melhor” é pioneiro ao destacar a importância da norma popular da língua, o que considera um avanço, no sentido de não menosprezar a fala da população menos instruída.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/gramatica-diferenciada-1-procuradora-da-republica-preve-acoes-contra-uso-de-livro-com-erros-pelo-mec-autora-se-defende/
O pior de tudo é que um livro idiota como este sendo distribuído em nossas escolas- LUGAR SAGRADO ( ideia que o MEC já deixou bem claro que não pensa assim)- faz com que percamos tempo para discuti-lo em vez de estarmos lendo ou estudando algo que nos traga crescimento intelectual-
"ISSO É UMA VERGONHA!!!!!!!!!!!"
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