Do Estouro das Águas do Pantanal ao Vôo do Tuiuiú....

Águas caindo em abundância inextinguível em carne viva, gerando vida ao som solene do vento. Faz tanto tempo... Corpos que se curvam caem ao peso da destruição...E no futuro? mão dos homens percorrendo o corpo da natureza, ouvindo o som da madeira e imaginando a perfeição transparente. Mas sendo observados pelo cedro ou pelo vento... Quando buscar um mundo de segurança? Calcando passos rudes e firmes sem perder a leveza? Ou percorrer caminhos pelas matas, sem medo, apenas com a certeza de que as notas musicais, os acordes, a tela pintada com nitidez e a clareza não sobreponham a imensidão da natureza? Pois assim ela não cai, não abala e não deixa adormecer os sonhos da cana-de-açúcar escorrendo pelo caule, adocicando a incerteza de termos peixes dourados em águas cristalinas, onde a realidade nos mostra um céu de turmalinas apenas para dizermos: vamos continuar a caminhada rumo ao futuro, apenas para sermos fortes e persistentes, assim impulsionaremos e continuaremos os encontros que porventura possam acontecer com quem não conhece ou não consegue enxergar a importância e grandeza da NATUREZA. Que tal buscarmos um mundo no qual possamos subir na cerca para cantar, declamar, amar e ser feliz? Quão belos dias de outrora em que os fins sim justificam os meios de amar com a simplicidade e empatia das matas com os bichos, dos sonhos com as fantasias enfeitadas de borboletas.... O canto dos passáros formando um soneto para o mais alto vôo do tuiuiú sem cor, sem raça que apenas observa o encantado estouro da boiada com a calmaria das águas do Pantanal... Vera Barbosa