Qualidade de vida. O termo se traduz naquilo que todo ser humano almeja. Alcançá-la, no entanto, requer alguns fatores primordiais, entre os quais se destaca a educação. Só através dessa se pode obter a perspectiva de um futuro promissor; e, com isso, percebe-se o quanto nosso país ainda precisa de mudanças.
O ensino público brasileiro é de péssima qualidade. O Brasil tem um nível educacional típico de países subdesenvolvidos, apresenta índices de abandono escolar e analfabetismo muito altos e o aproveitamento da vida escolar é bastante reduzido – apenas 25% daqueles que concluem o ensino médio aprendem o esperado em Matemática e Língua Portuguesa. A 7ª maior economia do planeta com uma educação digna de se comparar aos países da África: essa é a realidade brasileira, a qual exige imediatas mudanças.
Entre tais mudanças inclui-se, fundamentalmente, a valorização do professor. Trata-se de uma profissão depreciada e que não mostra boa perspectiva para o futuro. O professor não recebe o status e o prestígio que merece, sendo, muitas vezes, acometido por um desânimo que compromete a eficiência de seu trabalho e contagia o aluno, levando a qualidade de ensino à ruína.
Manter todos na escola é outro problema a ser trabalhado. Muitas instituições não possuem estrutura ou aporte financeiro para suportar um grande número de alunos; em outros casos, a falta de escolas próximas a comunidades mais isoladas impede a presença de crianças que não possuem meio de acesso às mesmas. Não bastando, há o problema do abandono escolar, geralmente no ensino médio, causado, em suma, pelo desestímulo devido à falta de dinâmica de ensino, ao currículo extenso e maçante e ao já mencionado desânimo de muitos profissionais da educação.
O Brasil foi educado, desde sempre, como colônia, aprendendo o mínimo e mantendo o senso crítico latente. Só com um salto de qualidade o país pode corrigir antigos erros. É preciso investir pesado na educação, melhorando a infra-estrutura das instituições, facilitando o acesso ao ensino por todos, valorizando os educadores, tornando o currículo escolar mais compacto e flexível, dinamizando a prática do ensino e estimulando a conclusão dos Ensinos Fundamental, Médio e Superior. Antônio Vieira, padre jesuíta de inteligência admirável e defensor de direitos humanos igualitários, disse em seus escritos que “a boa educação é moeda de ouro: em toda parte tem valor”. E apenas com essa moeda é possível “comprar” a desejada – e infelizmente, para muitos, quase utópica – qualidade de vida.
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