O Brasil é um país em pleno desenvolvimento, integrante do grupo de países emergentes que mais cresce e com maior influência na política externa, tendo apresentado um crescimento no PIB de 7,5% em 2010, ficando com a quinta posição em maior evolução econômica do G20. Entretanto, mesmo com um desenvolvimento tão elevado, o país ainda apresenta traços do Terceiro Mundo, como o trabalho infantil. Uma triste realidade de um país de tão marcantes contrastes.
O número de crianças e jovens brasileiros com idade entre cinco e dezessete anos que trabalham é absurda, beirando o patamar dos seis milhões; uma estimativa inaceitável e um entrave à evolução da nação. Isso porque as crianças que trabalham em vez de estudar, futuramente serão adultos mal preparados para o mercado de trabalho, vivendo com baixa renda e tendo de colocar seus filhos para trabalhar e auxiliar nas despesas domésticas, alimentando esse ciclo miserável.
Entre os menores de idade, só se pode trabalhar a partir dos 14 anos e, inicialmente, apenas na condição de aprendizes. O trabalho infanto-juvenil, além de ilegal e mal remunerado, é degradante e extremamente lesivo aos joviais trabalhadores, os quais têm sua infância consumida nos canaviais, sisais, carvoarias e fazendas, e refletem na sociedade e economia, na qual o único beneficiado é o empregador explorador.
O trabalho infantil não é conseqüência da pobreza, mas financiador dessa. Faz-se necessária uma série de mudanças que se dediquem tanto a levar os jovens à escola, como a reduzir a miséria; um amplo programa de fiscalização que puna severamente os empregadores de menores e até os pais, por possibilitarem o abandono dos estudos por parte de seus filhos.
Nesse contexto, felizmente – e no qual difere a muitas questões –, o Brasil já tem uma ferramenta útil para abrandar tal situação e que só precisa ser lapidada: o Programa Bolsa Família. Por mais críticas que receba, o programa é o mais eficiente do país em termos de redução da pobreza e que contribui efetivamente para aprimorar o nível educacional entre as classes menos abastadas; mas deve ser ampliado e principalmente, deve agir com maior rigor, de forma a beneficiar quem realmente necessita, além de passar a exigir freqüência regular e desempenho acima da média dos jovens das famílias assistidas. Assim aqueles lesados de seus direitos passarão a ter acesso a uma melhor qualidade de vida, sendo ressarcidos de sua dignidade.
Excelente reflexão, Breno!!!! Parabéns pela forma como abordou esse assunto! PERFEITO!!!
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