Viver em sociedade é uma necessidade humana. Com o avanço tecnológico, esse fator foi duplicado: vivemos em dois meios sociais agora, o real e o virtual. Desses, o segundo apresenta uma dinâmica a qual se deve atentar, de forma a não ser submetido a conseqüências indesejáveis.
A internet apresenta vantagens proeminentes. Hoje é possível atualizar-se, divertir-se, se comunicar e até mesmo trabalhar via computador. O maior de seus reflexos, contudo, é a inovação na maneira de fazer novas amizades, interagir com outras pessoas e disseminar correntes de pensamento.
Segundo reportagem da Veja de outubro do corrente ano, se o Facebook fosse um país teria a terceira maior população do planeta. Bilhões de pessoas dedicam uma parcela significativa de seu tempo às redes sociais, relacionando-se e criando novos laços. No tocante a disseminar idéias, a todo o momento são criados blogs, sites e comunidades online que fazem campanhas ou protestos visando à mobilização social. A recente Primavera Árabe – cujo nome remete à Primavera dos Povos do início da Idade Contemporânea – que culminou com a queda de vários regimes ditatoriais é prova viva de tal realidade e do poder das redes da internet.
Entretanto, vale ressaltar que a “web” pode ser tão nociva quanto benéfica. A dinâmica enorme e o acesso quase irrestrito à informação – inclusive pessoal de outrem – constitui-se em uma armadilha. Disponibilizar muito sobre si é expor-se ao desconhecido, e não faltam más intenções. A rede, nesse sentido, torna-se uma teia de aranha.
Por isso, conforme o supracitado, é preciso que cada um estabeleça limites entre o público e o privado. Estar atento ao que publicar ou não e calcular as possíveis conseqüências são medidas necessárias para bem usufruir daquilo que a tecnologia dispõe. E para impedir que esse agora direito humano fundamental – o acesso à internet – não seja utilizado contra si próprio e possa manchar sua imagem no novo meio social ao qual estamos “habitando”.